domingo, 18 de abril de 2010

pensamentos da felicidade


Quanto nós já ouvimos falar que 'nós somos o que pensamos'? Acredito que isso seja verdadeiro, o que, talvez, nós ainda não ouvimos com a mesma frequência é que somos nós os controladores dos nossos pensamentos, e não o contrário.


Assim como as diversas funções do nosso organismo, a nossa mente é um dos resultados funcionais do nosso cérebro. O nosso corpo e toda o seu componente sensorial foi desenvolvido para nos permitir interagir com o ambiente. Através dos nossos sentidos captamos o mundo conforme ele nos apresenta e de acordo com as experiências que vivenciamos. A isso formulamos respostas, por meio das nossas expressões comportamentais, sentimentais e da linguagem. A cada resposta que emitimos aos estímulos que captamos no meio que estamos, uma rede de neurônios são acionadas no cérebro, criando trilhas neuronais que se reafirmam toda vez que respondemos da mesma forma aos estímulos. Portanto, os sentimentos, os pensamentos, as atitudes e a linguagem que acionamos criam seus caminhos e quanto mais os acionamos, menos estímulos são necessários para serem acionados da próxima vez.


É como aprender a dirigir. No início, precisamos de toda a atenção para aprender a coordenar embreagem, marcha e acelerador e utilizar os espelhos. À medida que esses caminhos neuronais vão sendo estimulados cada vez que pegamos o carro para dirigir, menos estímulos são necessários para manter a coordenação, até que aquilo se torne um hábito e passamos a dirigir sem pensar muito na coordenação que é preciso para que todo o processo aconteça de forma coordenada.


Da mesma forma, ocorre com as nossas atitudes, sentimentos e pensamentos. Quantas vezes respondemos da mesma forma aos estímulos que chegam até nós? Muitas vezes esses caminhos nos trazem alegria, mas nem sempre é assim. Quantas formas de pensamentos ainda mantemos mesmo sabendo que isso não nos faz bem? Quantas vezes agimos de forma que nossa conduta nos leva ao sofrimento e noutras ao sofrimento alheio? E todas as vezes que repetimos essas trilhas de sofrimento, alimentamos esse circuito neuronal e damos mais margem para que ele ocorra em outras situações como maus hábitos.


Nós somos o que pensamos, porque a energia do nosso pensamento e sentimentos nos envolvem, mas os pensamentos não são os nossos donos. Somos nós quem decidimos qual caminho os nossos circuitos neuronais devem seguir. A qualquer momento podemos mudar o circuito dos nossos pensamentos para que eles direcionem-se para a alegria e felicidade. Mudar hábitos requer esforço, transformar-se exige um grande exercício de nossa parte. Contudo, ser difícil não significa ser impossível. E eu tenho certeza que todos nós somos fortes o suficiente para renovar este homem velho dentro de nós que insiste em nos seguir com suas amarguras e frustrações.


Estarmos atento às trilhas neuronais dos nossos pensamentos é o primeiro passo para tomarmos as rédeas de nós mesmos. Pois a nossa mente foi feita para nos servir ao alcance da paz e da felicidade. Observar nossas atitudes, os estímulos que nos levam a eles, como nos sentimos diante dessas situações, tudo isso nos auxilia ao autoconhecimento. E é somente através da consciência sobre a verdade que podemos nos transformar e alcançar a libertação do sofrimento.


Muita luz e muita paz!

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